terça-feira, 31 de março de 2015

Questão seio coronariano

Um seio coronariano dilatado pode ser visto em todas as seguintes condições exceto:
a) Hipertensão atrial direita
b) Veia cava superior esquerda
c) Fístula A-V coronariana
d) Unroofing (destelhamento) do seio coronariano
e) Continuidade da azigos com a veia cava inferior

Prezados, a resposta correta é a alternativa E.
O seio venoso coronariano é prontamente visualizado, quando dilatado, na janela paraesternal longitudinal.
a) A Hipertensão atrial direita (p. ex., em paciente com Síndrome de Eisenmenger, com pressões direitas acima das pressões sistêmicas) logicamente dilata o seio venoso coronariano, já que o mesmo deságua na cavidade atrial direita.

b) A causa mais frequente de dilatação é a presença de veia cava superior esquerda. A cava superior esquerda vai ser vista anteriormente à artéria pulmonar esquerda (no corte paraesternal transversal) e à "direita" na janela supraesternal transversal.

(imagens extraídas de vídeoaula do Dr. Morcef - Cardiopatias Congênitas sem shunt)

A cava superior esquerda drena no seio coronariano e por isso o dilata.
O diagnóstico, além da visualização do vaso no modo B e através do Doppler, pode ser feito através da injeção de solução salina agitada no membro superior esquerdo (que na presença de veia cava superior esquerda drena diretamente para este vaso), que irá opacificar e preencher o seio coronariano antes de opacificar as cavidades direitas.

c) Fístulas coronarianas levam a hiperfluxo, o que dilata o seio.

d) "Unroofing" (destelhamento) do seio coronariano é um tipo de CIA onde, como o próprio nome explica, não há "teto" no seio coronariano (e por conseguinte, falta o "assoalho" do átrio esquerdo, fazendo com que o seio coronariano receba fluxo do AE, tornando-se dilatado. Não confundir este tipo de CIA com o tipo SEIO VENOSO, que é uma alteração totalmente diferente. A CIA tipo seio venoso coronariano, aliás, nem mesmo é um defeito do septo interatrial, já que a comunicação se dá fora da região que divide os átrios.

e) A continuidade da veia ázigos com a veia cava inferior é uma condição em que não há o segmento hepático da veia cava inferior; em vez disso, a veia ázigos conduz o sangue até seu ponto habitual de drenagem na veia cava superior. Muitas vezes essa variação anatômica se acompanha da duplicação da veia cava no nívei infra-renal, com a veia cava esquerda terminando na renal esquerda, permanecendo apenas a cava à direita, que depois drena através da ázigos até a cava superior (coloquei um resumo sobre esta condição no dropbox do grupo). Esta alteração não causa a dilatação do seio coronariano, por isto, a alternativa E é a errada.

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