quarta-feira, 16 de março de 2016

Questão 4 - Prova DIC 2015

Avaliação das dimensões dos átrios
(Guideline de avaliação de câmaras cardíacas ASE)

ÁTRIO ESQUERDO

Recomendações: O método biplano de somatório de discos que incorpora menos formas geométricas e é teorica­mente mais acurado do que o método área-comprimento deve ser o método preferido para medir o volume do AE na prática clínica. O limite superior da normalidade para o vo­lume pelo E2D do AE é de 34 mL/m² para ambos os sexos.

ÁTRIO DIREITO
Recomendações: O parâmetro recomendado para avaliar o tamanho do AD é o seu volume calculado usando as técnicas com plano único do somatório dos discos ou área –compri­mento no corte apical 4 câmaras realizado adequadamente. A faixa normal para ecocardiografia bidimensional do volu­me do AD é 25±7 mL/m² em homens e 21 ±6 mL/m² em mulhe­res.


      Para mais informações sobre a quantificação, bem como as tabelas de referência, sugiro aos amigos a leitura da diretriz de 2015. Já postei no blog o vídeo do ASE com áudio em português da diretriz comentada (clique aqui para ver a postagem).

Questão 3 - Prova DIC 2015

Função Sistólica do VD (Guideline de câmaras ASE)

     
        FAC = Área diastólica – área sistólica/área diastólica x 100 (anormal < 35%)
         
       dP/dt = Tempo necessário que o jato da regurgitação tricúspide aumente em velocidade, 
                    de 1 para 2 m/s (12 mmHg)
§  12/ tempo (segundos) à unidade mmHg/s
§  Anormal quando inferior a 400 mmHg/s
§  Desvantagens:
o Carga dependente

o Menos acurado com ITri importante;


           Índice de performance miocárdica (índice de TEI):
§  Estimativa da função global do VD (sistólica e diastólica)
§  Baseado na relação entre o trabalho desenvolvido na ejeção e não-ejeção
§  (TRIV+TCIV)/Tempo de ejeção
§  Doppler pulsado (TCO – TE)/TE à Anormal > 0,43
OBS.: Obtido em ciclos cardíacos diferentes (utilizar com FC semelhante nos dois traçados, cuidado na ACFA!!!)
§  DTIà obtido em um único ciclo cardíaco à Anormal > 0,54
§  Problemas:
o Não confiável com pressão de AD elevadaà equalização rápida das pressões VD e AD à encurta TRIV à IPM menor...


       TCOàpodemos utilizar a duração do jato de regurgitação tricúspide...

              
            TAPSE (avaliação do anel tricúspide) à anormal < 16 mm
            
            Doppler tecidual (DT)à S’ < 10 cm/s (ângulo dependente)
            
            Aceleração miocárdica durante a contração isovolumétrica (IVA):
ü  Velocidade isovolumétrica de pico dividida dividido pelo tempo até o pico desta velocidade
ü  DT pulsado ou colorido do anel tricúspide à IVA = IVV/AT
ü  Anormal:
o DT pulsado à< 2,2 m/s²
o DT colorido à 1,8 m/s²


   Menos dependente de carga do que os índices relacionados ao período de ejeção, em várias condições fisiológicas.
   Correlação adequada com a gravidade de doenças que afetam a função do VD:
o   Apneia obstrutiva do sono
o    Estenose mitral
o   Tetralogia de Fallot corrigida com Insuficiência pulmonar residual
o   Transposição de grandes artérias após correção com a cirurgia de Jatene.

   Vantagens:
o   Relativamente independente de carga.
   Desvantagens:
o   Literatura limitada em relação a valores normais
o   Dependente de ângulo.
o   Variação com a idade e a FC

           Strain e Strain Rate regional do VD:
ü  Strain longitudinal de parede livre por STE (anormal > -20%)
              
                FE por Eco 3D àAnormal FE<45%
       
        Análise “visual”


quarta-feira, 9 de março de 2016

Questão 2 - Prova DIC 2015

TEORIA SOBRE STRAIN MIOCÁRDIO

Obs.: Antes de ler este resumo, sugiro aos amigos pesquisar sobre a biografia do Dr. Francisco Torrent-Guasp (clique aqui para ver o site dedicado a este brilhante cardiologista espanhol).

Clique aqui para assistir um interessante vídeo sobre a formação helicoidal cardíaca.

   Strain descreve a deformação miocárdica à mudança fracional no comprimento de um segmento miocárdico.
   Expresso em porcentagem
   Valores positivos à alongamento
   Valores negativos à encurtamento
   Strain Rate à é a velocidade que a deformidade ocorre no tempo (expressa com 1/seg), ou seja: a taxa desta deformidade (encurtamento)...

Exemplo:
·         Vamos supor que o comprimento inicial (repouso) da fibra é 10 cm.
·         Na sístole a fibra encurta (contrai) e o comprimento final passa a ser 8 cm.
·         Na diástole a fibra alonga (relaxa) e o comprimento final passa a ser 12 cm.

·         Logo o Strain sistólico é de – 20% e o diastólico é de + 20%


   Fornece a informação local da deformação miocárdica independentemente do movimento de translação
   Desvantagem: não consegue distinguir movimentação ativa de passiva
   Strain principal à descreve a magnitude e a direção da deformação num determinado local do miocárdio
   Strain regional à descreve o strain de determinado segmento
   Strain global àdescreve a média do strain longitudinal ou circunferencial em todo miocárdio (média do strain de todos os segmentos)
   Rotação do VE:
o   Rotação ao redor do eixo longo do VE
o   Expresso em graus
o   Normalmente a base e o ápice rodam em direções opostas
o   Diferença absoluta na rotação ápice- base à Twist (expresso em graus)
OBS.: Base à sentido horário
       Ápice à sentido anti-horário
   Torsão:               
o   Gradiente base – ápice no ângulo de rotação ao longo do eixo do VE
o   Expresso em graus por centímetro
   Podem ser obtidos por:              
o   Doppler tissular
§  Desvantagem de ser ângulo dependente (desvio Doppler)

o   SpeckleTracking
§  Vantagens:
·         Menos ângulo-dependente
·         Avalia o movimento em múltiplas direções na mesma imagem
§  Desvantagem principal:
·         Diferença de valores entre os softwares...

Questão 1 - Prova DIC 2015

Avaliação de TEP agudo e diferenciação de outras causas de HP


  Correlacionar com quadro de clínico de dispneia aguda, dor torácica (pleurítica) e fator predisponente
  Achados ecocardiográficos dependem diretamente da magnitude do êmbolo
  Ecocardiograma usualmente não consegue demonstrar diretamente o evento embólico, mas pode mostrar sinais indiretos que podem ser úteis...

Embolia pulmonar com comprometimento hemodinâmico:
  Dilatação de câmaras direitas
  Retificação septal ou seu abaulamento na direção do VE
  Disfunção sistólica VDà diagnóstico diferencial com IAM inferior + VD!
  Elevação de PSAP (elevação aguda de PSAP > 40-50 mmHgà disfunção de VD)
  Regurgitação tricúspide (graus variados)
  Dilatação de veia cava inferior
  Dilatação da artéria pulmonar
  Comprometimento da função sistólica do VE (secundário a sobrecarga VD)
  Visualização direta do trombo na artéria pulmonar proximal (melhor ETE)
  Septo interatrial com abaulamento para esquerda e ocasionalmente FOP com Shunt D-E (pressão atrial direita elevada)

Embolia pulmonar pequena
  Dilatação leve de câmaras direitas
  Regurgitação tricúspide
  Alterações sutis da movimentação do septo interventricular
  Pode apresentar ecocardiograma normal
OBS.: Ecocardiograma normal não exclui a possibilidade de TEP, porém exclui a possibilidade de TEP maciço...

Sinais ecocardiográficos específicos:
  Sinal de McConnelànormocinesia e/ou hipercinesia apical da parede livre do VD, apesar de acinesia e/ou hipocinesia dos demais segmentos do VD.
  Sinal 60/60 àTAC < 60 ms e VD-AD < 60 mmHg
  Estes sinais têm especificidade muito maior para o diagnóstico de TEP que os sinais de sobrecarga de VD...


quarta-feira, 2 de março de 2016

Revisão dos Temas Prova DIC 2015

Colegas, por iniciativa do Dr. Issam, nosso colaborador e grande amigo, vamos iniciar uma série de postagens com resumos sobre cada tema postado, conforme a postagem que fiz logo após a prova de 2015 do DIC (para ver a postagem, clique aqui). Vamos ver tema a tema, todas as 50 questões. Quero destacar o mérito do amigo Issam, que teve o grande trabalho de resumir cada um dos tópicos e digitá-los.

Vamos acrescentando informações nos comentários, para criar um "resumão" para a prova!